domingo, 26 de fevereiro de 2012

A boca que me beija



Eu corri freneticamente pelos vales das mentiras. Eu escondi minhas lágrimas no fundo dos meus olhos, ocultei as palavras doces que eu tinha para lhe dizer. Entretanto um ‘eu te odeio’ escapou entre meus lábios, e eu feri do mesmo modo como fui ferida. Sua voz se calou e tudo o que eu sabia desapareceu.
Frascos fracos, escassos, sombrios, solitários e desgastados, rotulados com o seu sorriso perdido.
E seu timbre e meu timbre nunca mais se calaram por um beijo.
Eu tentei separar e classificar as frustrações, dores, mentiras e deduções. Eu espalhei tudo em mim, e nesse embaraço o que eu via de bom em você se ocultou.
Eu te procurei nos meus dias alegres e nos meus dias tristes. Eu te procurei nas canções que você me mostrou, e na conversa boba da última ligação. Eu te procurei nos vestígios guardados e registrados no meu coração. Entretanto eu não te encontrei. Eu não encontrei mais o garoto que eu beijei no segundo andar do......
Onde eu o perdi? O que eu fiz com o garoto que levou meu guardanapo?
Ele me largou inerte na época em que eu mais precisei de um apoio. Ele foi mais um dos meus muros de sustentação que desabaram naquela fase. E de pensar que ele poderia ter sido a salvação...... Mas heróis de nada servem......
Eu senti a pressão dos meus braços contra aquele desabamento. Eu resistia àquele fim, mas enfim é verdade que “a mão que afaga é a mesma que apedreja”.
E nesses lapsos confusos de memórias esparsas, eu tento descobrir por quem me apaixonei. Pelo jeito foi por ninguém.
Ah! Mas...
“Se a alguém causa ainda pena a tua chaga,
Apedreja essa mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te beija!”
Creio que este seja um conselho desnecessário
Afinal, onde quer que eu esteja.
AONDE QUER QUE EU ESTEJA...
Não será mais sua, a boca que me beija.


Ps: A foto é uma ironia do destino