sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Para o Amor


Amor!
E quando digo ‘amor’
Refiro-me ao sentimento
Não à pessoa

Amor!
Largue-me
Deixe-me respirar
Estou sem forças para lutar
Pois tu foste meu guia
E agora me mata depois de me usar

Amor!
Confiei no teu aconchego
Tua paz e felicidade
Que com muita maldade
Instalou-se sagaz em mim

Amor!
Deste-me dias de ouro
Que hoje são maus agouros
Que rezo para esquecer

Eu Sei!
Fui eu quem te chamei
Ardentemente te busquei
Quanto a dor? Até imaginei
Mas não aquento o seu poder

Amor!
Largue-me!
E me deixe seguir em frente
Não quero me sentir doente
Por não conseguir te manter

Amor!
Como és adorado!
Como és falado!
Contado e cantado
Mas poucos se dispõem a te ouvir

Eu ouço seu choro
Você pede que eu fique
Você grita: “Arrisque!” e,
“Deixe-me viver em você”

Amor!
Você se espalha em meu peito
E me pedes com jeito
Para eu não partir
Não sei se te aguento
Eu não sei se te aguento!

Não sei se sou forte a sua altura
Pois a liberdade que me ofereces
É a de transitar
Numa sala de tortura

Despeja-me a verdade nua e crua
E, depois das ilusões que me deste
Sou quase levada à loucura

Ah Amor!
É o único demônio meu
Porque me pedes para ser boa
Mas em seu nome cometi crimes
Em seu nome, desonro o meu

Amor!
Tu és um sádico!
Psicopata!
Cujas pobres vítimas mata
E ainda as deixa viver

Ai amor!
Não tenho muita escolha
Ou morre eu
Ou morre você



feito em: 20/11/2011