domingo, 8 de abril de 2012

Penso logo existo... Logo desejo não ter pensado




Às vezes eu penso na quantidade de coisas que eu poderia estar fazendo se eu não fosse tão estúpida a ponto de perder tanto tempo imaginando as coisas que eu poderia estar fazendo.
E às vezes eu penso que se eu apenas fizesse sem pensar antes de fazer, eu faria coisas tão sem nexo que se eu parasse pra pensar, eu teria vergonha de mim mesma.
Às vezes eu não penso e, quando eu não penso, eu penso que estou morta. E às vezes eu faço. Simplesmente faço! E quando eu percebo já estou pensando: Por que eu fiz isso?
Às vezes eu não faço por dúvida, então quando alguém me explica eu paro e penso: Por que eu não pensei nisso antes? E às vezes eu penso, e penso muito, mas nunca faço por medo e/ou por vergonha, então passa o momento e eu penso: Por que eu não fiz quando tive a chance?
E todos esses pensamentos me fazem pensar se pensar é de fato algo que se faz, ou algo que simplesmente se pensa. Porque então a frase “Me faz pensar”, estaria errada. Até porque de qualquer modo já estaria errada, pois o certo correto é “Faz-me pensar”. Isso claro, se pensar é algo que se faz, pois se não fosse... A frase não existiria.
E EXISTIR... É uma questão complicada. Porque se eu penso e logo existo, então eu não precisaria fazer mais nada pra provar que eu existo. Entretanto os loucos (que os que se acham normais prendem nos sanatórios) existem mais que nós, e são considerados como pessoas que não existem plenamente. Se eu não fizesse mais nada além de pensar, qual seria a graça em existir? Se eu pensasse, e apenas pensasse, e não fizesse mais nada, eu seria considerada louca, que nem os loucos que existem e provavelmente sentem mais que os normais que só fazem e não existem plenamente. Entretanto, e em suma se eu apenas pensasse ninguém se lembraria de mim. E se eu apenas fizesse, e fizesse sem pensar, eu seria lembrado como um idiota por aqueles que pensam um pouco, e aplaudido por aqueles que não pensam nada. Eu seria aplaudido por pessoas que não existem. E então fazer sem pensar, não seria melhor do que pensar sem fazer.
Será que o certo não seria dizer: Penso, logo existo e logo faço?
Desse modo para fazer algo, seria primeiramente necessário existir, e para existir é necessário pensar. Será que as pessoas que fazem sem pensar existem de fato? Por outro lado eu poderia pensar tanto e por tanto tempo que acabaria não fazendo nada e existindo pela metade, porque nesse exato momento eu penso que o certo seria: Penso, logo existo, logo penso, logo faço, logo existo por inteiro. Até por que se você perceber que existe, é por que você pensou nisso antes e depois de existir. Se você pensa e depois existe e depois sai fazendo, é porque você não pensou no que poderia fazer agora que existe, então não haveria sentido nenhum.
E SENTIDO... Eu não encontro em lugar nenhum, já que eu não entendo como uma coisa que se origina da palavra sentir pode fazer referência a algo que tenha lógica no meio. Afinal de contas a lógica é racional ou emocional? E quando nós pensamos em fazer alguma coisa, nós realmente pensamos em fazer alguma coisa, ou sentimos que devemos fazer alguma coisa? Será que sentir em fazer, não seria algo muito mais inteligente e racional do que pensar em fazer? Então por que eu precisaria pensar para existir, já que se eu sentisse, eu já estaria existindo?
E todos esses pensamentos fazem eu me sentir muito mal. E então eu percebo que existo. Eu não existia quando eu apenas pensava, por que eu ainda não sentia que existia. Eu tive que pensar até que meus pensamentos fizessem um dano no meu emocional, para perceber a quão viva eu estou. Então eu já nem penso mais que se eu pensar eu estarei existindo, mas sim de que eu só teria consciência de que eu estaria existindo quando eu sentisse dor.
E DOR... É algo que não se explica, é algo que apenas se sente, e por vezes algo que se causa (que se faz). Então talvez existir seria sentir a existência ao invés de ter consciência dela, mas se eu não tivesse consciência dela como eu saberia que estou existindo? Como ter a certeza de que eu existo de fato, já que parando para pensar eu só senti minha existência de fato, quando eu pensei muito? Então o certo seria: Penso, logo penso muito, logo sinto, logo sei que existo e logo faço merda. E se o que eu entendo por existir está errado? E se o que eu sei é apenas algo que eu penso que sei? Eu poderia estar existindo antes de pensar...
E eu nem sei o porquê eu penso tanto nisso, já que eu sei, ou pelo menos penso que sei que poucas pessoas entenderiam o que eu estou falando. Já que a maioria das pessoas está pensando em fazer algo que elas pensam que são úteis, mas nunca pararam para sentir se que o que elas pretendem fazer é o que elas querem ou que elas pensam que querem. O que prova que pensar pelo pensamento de outro pode ser muito perigoso. E o que quer dizer que pensar não quer dizer que você existe porra nenhuma já que nesse mundo o que acontece mesmo é: Penso logo penso, logo enlouqueço antes mesmo de saber o que sinto e o que quero fazer, então logo faço sem pensar seguindo todos esses idiotas que não fazem nada e pensam que pensam e pensam que existem.
Então eu penso que seria melhor não existir. Mas depois eu penso: Já que estou aqui vou fazer alguma coisa. E daí eu penso: Fazer o quê?
Fazer o que num mundo onde ninguém pensa ninguém sente e ninguém faz nada? E todos esses pensamentos fazem-me sentir como uma idiota no meio de idiotas e então...
Então eu descubro qual é o certo. O certo é: Penso, logo existo, logo vejo a merda que está o mundo e logo digo “Foda-se” para tudo... Tão logo eu digo isso, tão logo eu não penso, não sinto e não faço mais nada. Então eu entendo, entendo que eu não entendo nada, e que o melhor mesmo seria não ter pensado. E então eu me torno mais uma hipócrita...

Captaram a mensagem da maça na foto?