Então eu fico correndo em círculos
como um animal ferido. Eu corro desesperadamente, dou voltas em mim mesma para
sanar essa perda.
Que perda? O excesso de
esforço físico deixou minha vista turva, meu corpo enfraquecido e minha mente
pálida. Agora é muito mais simples abortar a si mesma e morrer sem propósito. É
fácil perder para o veneno.
Sim, veneno! Porque esses
desejos e sonhos não passam de venenos que correm em nossas veias. E esse ‘ar
que respiramos’ é composto de toxinas.
Então eu venho correndo em círculos
como um animal ferido. Eu corro desesperadamente, dou voltas em mim mesma para
sanar essa perda.
Minha memória é apagada pelo
cansaço. Minhas pupilas dilataram para tentar enxergar, mas meu coração diminuía
o ritmo. E decepcionantemente caí mais rápido do que eu gostaria nessa lama.
Afundando-me sem pressa, deixando que o frio dessa terra se alimente de mim.
Opa! Eu já passei por isso
antes!
Sim! Eu já caí nessa lama,
eu já vi essa cena. Eu já desisti de mim mesma outras vezes. Eu já quis me
afogar nela, como agora. É que eu venho correndo em círculo, eu corro desesperadamente,
dando voltas em mim mesma, tentando sanar essa ferida. Eu dei voltas pela vida
e esqueci que embora pareça, e embora eu até quisesse, esse não é o fim
definitivo.
Como eu posso ter me atirado
nessa lama por livre e espontânea vontade? Como eu pude? Porque eu quis? Essa
lama congelando cada célula, cada célula morrendo... Isso me faz lembrar do
porquê...
Eu saí correndo em círculos
como um animal ferido. Eu corri desesperadamente, dei voltas em mim mesma para
sanar essa ferida. Eu quis esquecer nessa corrida, todas as batalhas que eu
perdi na vida.
Pobre de mim! Morrendo de
pena de mim mesma outra vez! É por isso que ninguém veio me ajudar, eu abandonei
a todos, antes que pudessem saber... Eu saí correndo. Entretanto eu me
reerguerei. Nunca é tarde para recuperar o tempo perdido.
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